sexta-feira, 20 de março de 2015


A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.
AQUI VOCÊ VAI ENCONTRAR ALGUNS TEXTOS PRODUZIDOS PELOS NOSSOS ALUNOS.
LEIA, VOCÊ VAI GOSTAR... 

Segunda-feira de inverno
   É inverno em Paris, fim de tarde de segunda-feira, o sol está se pondo vagarosamente no horizonte, os últimos raios de sol estão batendo na cidade do amor. A estação ferroviária está como um formigueiro, todas as pessoas caminham agitadas, elas não ligam para nada ao seu redor, só querem saber de pegar seu trem e voltar para seus aconchegos, nem notaram como o céu estava incrível, com cores vermelhas e nuvens branquinhas.    
   Todos estão agasalhados, parecendo pinguins, vestidos de preto ou marrom, mas lá no meio da escura multidão, tem um pontinho vermelho e verde. Esse pontinho é Hugo, ele está todo colorido, parece animado, corre um pouco e olha pra cima, dá mais uns passinhos e suspira com toda aquela beleza a cima de todos.
   As pessoas estão com caras feias, apressadas, só olhando para seus relógios, às vezes, dão uma olhada ao seu redor, mas estão nem aí pra nada, nem notaram Hugo, passando entre eles, rindo e sorrindo, ele cumprimenta todas as pessoas, mas não recebe nenhuma resposta.
   Hugo continua correndo, com o sorriso de uma ponta da orelha até a outra. Ele está carregando uma sacola de bordado, verde, com pontinhos vermelhos, a mesma combina com a sua roupa, um casaco vermelho, calça verde e um cachecol fofinho como algodão, de cor amarela e, para completar o visual, ele usa uma boina marrom, tal boina era de seu falecido avô, sempre a usava.
   Ele já está cansado de correr, para um poço, está com o batimento cardíaco acelerado, olha pra cima e já se acalma, mas aí recorda porque estava com tanta pressa e se motiva de novo a correr, e correr, e correr, ele está distraído com o céu, mas nota que pouco a sua frente está o lugar tão desejado.
   A frente do menino tem uma torre, isso mesmo, uma torre bem antiga. Ele para na frente da porta, suspira admirado, a torre é mais bonita do que Hugo recordava. É uma torre branca, com detalhes em dourado, mas o mais legal nela são seus vitrais, eles são redondos e com desenhos diversos, com as cores do arco-íris, o vitral favorito de Hugo é o que tem a imagem de seu falecido avô Antônio. Antônio era dono dela antes de morrer, agora ela já está meio velha e desgastada, mas continua com uma beleza incomparável.
   Hugo amava passear na torre seu deu falecido avô, mas já se passaram muitos anos desde que ele tinha ido até ela pela última vez. Ele aguardava o dia certo para subir até o topo e aquela segunda-feira de inverno, era perfeita.
   Ele está radiante, coloca a mão na bolsa de crochê à procura da chave de entrada da torre, ele vai sentindo os objetos dentro dela, até achar a chave que tem um formato incomparável, tinha o formato do sol, era dourada e tinha um brilho único.
   Logo depois de achar a chave, foi logo abrindo a grande porta de madeira e já foi logo subindo a grande escada, que tinha lindos degraus de mármore branco, ele foi subindo um degrau logo depois do outro, com energia, e motivado a chegar ao topo.
   Quando chegou ao topo, lá estava a porta de entrada para a cobertura da torre, ele coloca a mão na sacola, tira outra chave, essa tem formato de lua, e é prata, quando encontrou a chave, não cogitou, foi rapidamente abrindo a porta e entrando na cobertura.
   Hugo estava no topo, no vigésimo sétimo andar, lá de cima se via a bela Paris inteirinha, estava de queixo caído com tanta beleza, mas não esperou para ir logo tirando os lápis de cor e um papel de sua bolsinha, se ajeitou e logo começou a desenhar com uma paixão no olhar.
   Ele era excelente desenhista, foi registrando a cidade no papel, pintou o sol meio laranja, as nuvens quase o cobrindo completamente, tinham um lindo tom de rosa, ele pintou o tom do céu, os prédios, as casas, a torre Eiffel...  foi desenhando com muito amor aquela visão maravilhosa.
   Depois de muito esforço, finalmente acabou o desenho, já era noitinha, ele olhava para frente e depois para o papel, estava maravilhado com a beleza da natureza.
   Quando notou que tinha terminado de vez o desenho, colocou a mão na sacola e tirou um porta-retrato, já o abriu e colocou delicadamente o seu desenho dentro.
Depois disso, pegou sua bolsa e começou a descer a escada, até que chegou no vitral com a imagem de seu avô e, com o maior cuidado do mundo, Hugo pendurou seu desenho ao lado do vitral.
   Estava feito, finalmente o pedido de Antônio foi realizado. Porque antes de morrer, seu avô pediu a Hugo que queria um desenho dele em sua torre, mas devia ser o desenho da coisa mais linda que Hugo já tinha visto na vida. E, na parede do vigésimo terceiro andar, encontra-se o desenho de Paris, em uma segunda-feira de inverno.
Aluna: Isadora Mocellin.    -Turma: 8m1
    -Professora: Caciana.    -Matéria: Português.